Curalha é uma freguesia portuguesa do concelho de Chaves, com 782 ha de área e 469 habitantes (2011). Curalha dista aproximadamente seis quilómetros da cidade de chaves. Fica situada na margem direita do rio Tâmega, perto de uma zona de terras férteis. A sua origem remonta à época celta, da qual existem ainda muitos vestígios, principalmente o Castro da Curalha, sendo o mais bem conservado do concelho, e, junto do qual existe um frondoso pinheiro manso. Testemunha da época pré-romana o castro domina o rio Tâmega, a larga zona de terras férteis de Curalha e a antiga estrada Romana de Chaves a Braga (hoje N131). Deste castro fazem parte muralhas e casas semi-construídas. Nesta zona também apareceram moedas, objectos de bronze e cerâmica, mós, tégulas, contas etc. Todos estes achados foram entregues ao Museu da Região Flaviense. Sobre o rio Tâmega existe uma ponte de granito chamada de Poldrado de Curalha (poldras ou passadiço), que está muito bem conservada e serve as povoações e os animais para passarem o rio. Quanto à toponímia da freguesia, os autores não chegam a consenso, enquanto uns a relacionam com o nome de uma “rica-dona” que aí terá vivido, outros acham que é uma referência ao povoamento muralhado.
Zona povoada desde os tempos mais remotos, todo o concelho de Chaves é rico em vestígios de ocupação celta: existindo dezenas de castros espalhados pelos seus morros e colinas. O mais bem conservado é o Castro de Curalha que, de todos os castros do concelho, é aquele, cujas elevações e reconstruções foram mais completas e cuidadas. Encontra-se instalado no topo de um morro, rodeando um enorme e frondoso pinheiro. Em volta deste há casas, semi-construídas ou pelo menos, visíveis nas suas fundações; rodeando estas construções, foi descoberta uma cintura de muralhas, com um perímetro de cerca de 240 metros, atravessada por três portas. Além desta, existem, pelo menos, mais cinco no total. Quanto às casas do interior desta muralha, duas merecem especial destaque: uma é mais elevada que as outras, construída sobre os rochedos do topo e, poderia ter sido a habitação do chefe do clã deste castro; a outra, de maiores dimensões, supõe-se ter sido uma casa de utilização coletiva e, uma vez que se situava na zona central, seria a casa de reunião de conselho de anciãos, ou mesmo o local onde se reuniam os jovens da aldeia, a quem ali era ministrada a educação. Por toda a área, apareceram mós de forma redonda, tégulas e cerâmicas diversas, moedas, contas, objetos de bronze e escórias, que foram entregues ao Museu da Região Flaviense. Alguns destes vestígios eram romanos, o que fez concluir que este castro da Idade do Ferro, foi mais tarde romanizado.
Alguns historiadores são de opinião que foram as terras da margem esquerda do rio Tâmega, as primeiras a fazerem parte do reino de Portugal, conservando-se as da margem direita até Curalha, sob o domínio dos reis de Leão.
As Inquirições de 1258, no Julgado de Chaves, são extremamente breves; citando o termo do concelho até aos lugares de Redondelo, Curalha("Curalia") e Soutelo; que pertenciam ao arcebispado de Braga. No "Liber Fidei", há notícia da doação ao arcebispo D. João Peculiar, de bens situados "in curalia", esperando o prevaricador Fernado Gomes, que tal bastasse para que fosse levantada a excomunhão de sua mulher, Elvira Moniz.
Depois de algum adormecimento, a aldeia distinguiu-se de novo no século XVI, tendo sido aí instiuído o vínculo do "Ginzo de Curalha" a Martim Teixeira Homem. A família deste continuou administradora do Morgadio de Nossa Senhora da Conceição do Ginzo de Curalha, que abrangia avultadas propriedades, bem como alguns moinhos da beira Tâmega. Hoje, além destes e de uma casa agrícola inserida numa quinta rural, de boa construção, não existem quaisquer vestígios das grandezas dessa época.
Reza a lenda, que a designação "Curalha", poderia ter sido atribuída à aldeia, por ser o nome de uma "rica-dona" que aí viveu, nos remotos tempos da sua fundação. Contudo, alguns autores creem que o termo se deverá relacionar com o já referido povoamento meralhado, aludindo à própria estrutura pétrea.
Sobre o rio Tâmega, existe uma ponte de granito (passadiço sobre poldras), denominada de Poldrado de Curalha, muito bem conservada, que garante desde há séculos, a travessia de pessoas e animais.
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